2005/09/16

Pão de banana e noz (ou bolo de banana e noz?)

BananaBread
Esta receita foi-me dada pela minha amiga Nancy que por sua vez a tinha recebido da sua amiga Daphne. Não há dúvida de que boas receitas e boas amigas andam de braço dado. Na culinária inglesa o termo "pão" aqui refere-se a um bolo sem muita gordura e que se deve comer barrado de manteiga. Se tivesse mais gordura e menos fibra esta seria uma receita de "bolo de banana" em vez de "pão de banana." Pão ou bolo, é uma das minhas receitas preferidas. Eu como este bolo mesmo sem barrar de manteiga e acho-o bom na mesma. Claro que as pessoas que têm a facilidade de comer tudo sem se preocupar com a linha podem come-lo tostado e barrado de manteiga. Fica ainda melhor.

A quantidade de fibras em relação à farinha é bastante alta e essa é uma das razões daminha preferência. Eu gosto do sabor e textura das fibras. Reconheço, no entanto, que não é para toda a gente. As fibras que utilizo são os farelos de trigo (wheat bran) vendidos avulso nas lojas de produtos biológicos.

Este bolo fica melhor usando as bananas muito maduras, quando já estão quase todas pretas e um pouco antes de serem deitadas fora, altura em que o perfume e sabor são mais intensos.

Pode-se torrar as nozes no forno por cerca de 10 minutos antes de usar. O torrar intensifica o sabor e perfume das nozes, mas acho que o bolo fica bom na mesma utilizando as nozes sem torrar.

Pão de Banana e Noz

1/4 chávena de manteiga
1 ovo grande
1/2 chávena de açúcar
1 chávena de fibra de trigo
1 1/2 chávenas de bananas esmagadas (cerca de 3 médias)
1 colher de chá de extracto de baunilha
2 colheres de sopa de água
1 1/2 chávenas de farinha de trigo
1/2 cup nozes picadas
2 1/2 colheres de chá de fermento em pó

Bata em creme a manteiga e o açúcar. Adicitone o ovo e as fibras e mixture bem. Junte as bananas esmagadas, a água e o extracto de baunilha. Por fim, adicione as nozes e mixture ao de leve.

Numa tigela à parte mixture ben a farinha e o fermento. Adicione à mixtura de bananas e mexa ao de leve só para mixturar. Não deve bater. Deite o preparado numa forma rectangular bem untada de manteiga e leve ao forno médio (180ºC) por cerca de 50 minutos ou até que um palito espetado no meio saia seco.

2005/08/29

Bolo de Mel

Bolo_de_Mel
Já vai sendo tempo de eu por em dia este blog, depois de quase dois meses. Infelizmente tive um problema com a ciática que me deixou prostrada por uns tempos. Ainda preciso de ter cuidado e não ficar sentada por muito tempo e daí, dei a pouca atenção que poderia dispensar, ao meu outro blog, que tem uma base leitora muito maior.

Mais uma das receitas da avó Lena um dos vários Bolos de Mel que ela tem nos seus livros. Este bolo constituiu a minha entrada para a "Sexta-feira das goluseimas n.º 10", que tinha como tema o mel.

Só fiz meia receita. A massa fica bastante líquida e eu estava com receio que não ficasse bem cozida, ou que o centro ficasse húmido mas, como podem ver na foto, o bolo saiu muito bem. Como a receita original não dava temperatura de forno eu puz em formo médio 180ºC.

O bolo é macio e não fica seco. Tive receio de que ficasse muito doce devido à grande quantidade de açúcar e mel, mas tal não sucedeu. O bolo saiu excelente e não muito doce.

Bolo_de_Mel2

Bolo de Mel

4 ovos
1 chávena de mel
1 chávena de azeite
1 chávena de leite
Raspa de 2 limões
2 colheres de sopa de bicarbonato
1 colher de sopa de canela moída
250 gr. de farinha
200 gr. de açúcar

Unte uma forma com azeite. Aqueça o forno a 160ºC.

Mixture os ingredientes todos até ficar tudo ligado. Não deve mexer muito. A massa fica bastante líquida e pode ser que hajam pequenos grumos de farinha a flutuar. Não se preocupe e deite a massa na forma.

Coze por cerca de uma hora, até que um palito espetado no meio do bolo saia limpo. Retire do forno e deixe esfriar for cerca de 10 minutos antes de desenformar. Desenforme e deixe esfriar por completo.

Este bolo pode ser comido sozinho ou acompanhado de creme de natas ou chantilly. Eu experimentei com um bocadinho de yogurte adoçado, como podem ver na foto acima. Não ficou mal, mas creio que preferiria com creme de natas ou mesmo o bolo só.

2005/07/03

Apanhar morangos

StrawberryPicking
Os morangos já estão a ficar madurinhos e a estação da apanha do morango já começou. Anteontem, 1 de Julho, dia oficial do Canadá, fui com uma amiga logo de manhãzinha, por volta das 8 e meia, apanhar morangos. Como a mão de obra aqui é cara, o trabalho de apanhar o morango é a parte que mais encarece o produto. Para além disso, muitas vezes as quintas pequenas têm dificuldade em arranjar mão de obra para a colheita. A solução? O cliente pode apanhar o morango e pagar à saída.

Os cestos de cartão que vêm na foto são fornecidos pelo dono da quinta que nos indica aonde no morangal deveremos começar a colheita. E depois é só colher até enchar o cesto bem cheínho. Nalgumas quintas o dono vende os morangos a peso. O cestinho é pesado e nós pagamos um tanto por libra. Anteontem a dona do morangal cobrava 8 dólares por cada cesto cheio. E a melhor parte é que não nos pesam a nós, porque claro, durante a colheita, come-se um morango por cada dois que se pôem no cesto. Evidentemente que os donos sabem disso e o preço já inclui a comezaina.

StrawberryFreeze
Comprei dois cestos e em casa fiz morangos congelados e duas receitas de compota, uma com açúcar e a outra com adoçante artificial.

Para congelar arranjam-se os morangos e põem-se num frasco de 500 ml com boca larga, e põe-se também em camadas, cerca de 2 colheres de sopa de açúcar. Vai ao congelador. Para utilizar, deixo descongelar no frigorífico. Ao descongelar, os morangos murcham e deixam escorrer bastante líquido. Recolho o líquido numa panelinha, junto mais açúcar se necessário e fervo com um bocadinho de maizena para ficar um cremezinho vermelho transparente. Tiro do lume, deixo arrafecer um bocadingo e junto os morangos. É um molho delicioso para gelado.

As compotas fiz usando a receita de um produto que auxilia a coagular as compotas com pouco açúcar. A receita manda utilizar uma chávena de açúcar para quatro de fruta esmagada. A compota ficou excelente com um sabor a morango bastante pronunciado. Fiz a segunda leva seguindo a mesma receita mas, em vezde açúcar, utilizei 1 chávena de adoçante Splenda, que é feito a partir do açúcar.
Bread&Jam
A foto acima é de uma fatia de tosta com a compota com adoçante e um bocado de queijo cheddar em cima, o meu pequeno almoço preferido.



2005/06/19

O jardim

Com os pedidos de mil perdões já vai sendo tempo de pôr em dia este blogue. Tive imenso trabalho com o jardim e com temperaturas de 30º e um factor de humidade elevadíssimo eu chegava ao fim do dia tão cansada e sem energia que não me era possível fazer muito. Com esforço, lá consegui manter o meu outro blogue em inglês, que tem uma base de leitores maior que este.
2005FrontGarden0612c
Eis aqui a foto do novo jardim. Esta foto foi tirada o domingo passado. A nova relva tem pegado menos mal. Nalguns sítios não pegou bem e está com aspecto seco e noutros está linda e verdejante.

Podem ver aqui em baixo fotos da casa quando a comprei no ano 2000
2000Front
a seguir depois de feito o novo passeio
2005FrontGarden02
E finalmente agora como mostra a foto acima.

Aqui podem ver o lado norte da casa, antes e depois. Na foto antes, estava na altura a retirar a coberturade alumínio que estava a causar cheiro a mofo nacasa, por não deixar a madeira respirar. Uma vez retirado o alumínio, o cheiro a mofo desapareceu por completo.

E aqui está, finalmente, o lado sul da casa, antes e depois.

2005/05/31

Caril de galinha - receita do meu irmão

O meu irmão faz um caril de se lhe tirar o chapéu. O ano passado, quando cá esteve em Otava ele fez várias vezes o jantar, para regalo de todos nós. Diga-se de passagem que o meu irmão é muito melhor cozinheiro que eu. Foi nele que se concentrou o "dedo para a cozinha" que tinha a avó Adelina.
ChickenCurry
Este caril é o melhor que tenho comido na minha vida. Considero-o melhor mesmo do que o servido nos restaurantes indianos onde o caril é tão picante que, com a boca em fogo, não consigo saborear nada da comida.

Para esta receita o meu irmão utiliza o creme de coco marca Rajah e o pó de caril Madras ou Margão. Nós não temos essas marcas aqui no Canadá mas temos algo semelhante. Inclusivé, o pacote do creme de coco é igualzinho ao que o meu irmão compra em Portugal, mas a marca é Grace.

Eu fiz esta receita ontem, e servi com arroz branco e brócolos cozidos a vapor.

Caril de Galinha à moda do meu irmão

1 Kg. de frango carcaça em pedaços, peito aos cubos, pernas/cochas ou pernas/asas, etc.
2 colheres de sopa de pó de caril
leite gordo quanto baste
3 cebolas grandes (+/- 5cm diâmetro)
4 dentes de alho
2 tomates, pelados e cortados aos bocados
1 folha de louro
1 colher de sopa de azeite
1 colher de sopa de banha de porco ou margarina
1 caldo Knorr

1.5 chávenas de arroz basmati

Picar a cebola e alho, derreter as gorduras e refogar. Quando a cebola estiver transparente, deitar o frango e dar uma entaladela, tudo em lume forte para corar ligeiramente por fora e ficar suculento por dentro.

Chegado a esse ponto, deitar o leite que deverá quase cobrir o frango e adicionar cerca de 1/3 do pacote da pasta de coco, que entretanto vai derretendo. Adicionar logo o caril. Baixar para lume brando e adicionar o caldo Knorr.

Deixar cozer cerca de 20 a 30 minutos e está pronto. Ir mexendo, de vez em quando, com a colher de pau para não pegar no fundo.

Para o arroz branco pôr numa panela 2 litros de água a ferver e deitar a quantidade necessária de arroz sem o lavar. Cozer cerca de 20 minutos, escorrer para uma passador e passar por água corrente. Deixar escorrer bem e espalhar num tabuleiro que vai ao forno para o secar ligeiramente (temperatura 100/120Cº).

Bom apetite.

2005/05/25

Tulipas no jardim

Tulips3
Esta foto de um molho solitário de tulipas no meu jardim é devido à faina dos esquilos, considerados como "as dores de cabeça dos jardineiros". As tulipas e outros bolbos são normalmente plantados em Setembro. O bolbo necessita do período antes das neves para criar as raízes e ambientar-se aos solo onde foi plantado. As tulipas são as primeiras plantas a florir na primavera e Otava é famosa pelos seus jardins cobertos de tulipas, que começaram com uma oferta da Casa Real da Holanda.

Durante a segunda guerra mundial, a família real da Holanda refugiou-se aqui em Otava no Canadá. A terceira filha da Rainha Juliana, a princesa Margriet, nasceu aqui. No dia em que a princesinha nasceu, o governo do Canadá declarou o quarto em que a Rainha estava no hospital como solo holandês para que a princesinha nascesse na sua pátria. Em agradecimento a rainha Juliana prometeu que a Holanda enviaria todos os anos 50 mil bolbos de tulipas para Otava. Ainda hoje recebemos os 50 mil bolbos anuais. Entretanto Otava tornou-se a capital da tulipas no continente norte-americano e o governo compra as restantes tulipas (mais de um milhão) que se podem ver nos jardins municipais. Todos os anos temos em Otava o Festival das Tulipas e podem ver aqui lindas fotos dos jardins espalhados pela cidade.

Tulips2
Os esquilos consideram bolbos uma delícia alimentar e não é raro ouvirmos histórias de pessoas que plantam bolbos e no dia seguinte vêm um buraquinho no sítio do bolbo e claro, o bolbo já lá não está.

O que aconteceu aqui foi que bolbos que eu tinha plantado pelo jardim em anos anteriores foram retirados pelos equilos e guardados aqui, no que deveria ser o seu celeiro de inverno. Entretanto o inverno veio e os pobres esquilitos devem ter-se esquecido do celeiro ou não foram capazes de escavar a terra depois de congelada. Qual não é o meu espanto quando vejo este molhinho de tulipas a nascer num sítio onde eu estava certa de nada ter plantado.

Entretanto, tirei esta semana de férias para me dedicar ao jardim. Na sexta-faira passada mandei vir um camião de terra de jardim, de uma companhia local que fornece areia, cascalho e também terra para jardins. Comprei 15 jardas cúbicas de terra preparada e já misturada com estrume, equivalente, se os meus cálculos não estão errados, a 4 metros cúbicos. Podem ver o monte de terra aqui nesta foto.
2005GardenSoil
Não parece muito mas isto corresponde acerca de 120 carrinhos de mão cheios. Comecei ontem, com a ajuda do meu vizinho e só para fazer o jardim da frente vou possívelmente demorar toda a semana. Continuarei a tentar tirar fotos do avanço e a dar notícias, senão todos os dias, pelo menos dia sem dia não.

2005/05/18

Esparguete com perú e chouriço

Este prato foi criado por mim utilizando o que havia no frigorífico. O resultado final estava surpreendentemente apetitoso. A foto infelizmente não mostra grande contraste entre a carne e o esparguete, o que daria a este prato um aspecto mais bonito, devido a eu ter usado esparguete integral. Melhor para a saúde mas o visual não sai tão cativante.
TurkeyPasta
Esta receita começou há uns dias atrás, quando descobri que o supermercado Loeb perto da minha casa tinha pernas de perú por um preço bastante atraente. Estas pernas eram enormes...o perú deveria ter sido bem grande. Eu prefiro a carne escura das aves (perna, coxa, asa) à carne branca do peito que considero mais seca. Aqui no Canadá as pernas, coxas e asas do perú são muito baratas por não serem consideradas como carne de primeira. Bem cozinhado faz uns pratos excelentes e relativamente baratos.

Na passada segunda-feira resolvi cozinhar na slow-cooker duas das pernas que havia comprado. Embora tenha procurado no dicionário de inglês-português e tambem na Internet, não encontrei a tradução para português do termo slow-cooker. É um electro-doméstico bastante útil, onde a comida é cozinhada a temperaturas muito baixas por um período de 6 a 10 horas. Na slow-cooker puz as pernas de perú juntamente com duas cenouras limpas e cortadas em pedaços, duas cebolas pequenas, bastante alho, 2 folhas de louro, sal, pimenta em grão, tomilho e rosmaninho frescos que aida tinha no frigorífico, cobri tudo com água e deixei cozinhar lentamente durante o dia. Quando cheguei a casa depois do serviço, um aroma delicioso permeava toda a casa. Na slow-cooker estavam as duas pernas de perú bem cozinhadas e tendo rendido cerca de 1.5 litros de caldo e 4 chávenas de carne de perú pronta e ser utilizada em qualquer receita. Vejam só o tamanho das pernas. A minha slow-cooker é de 6 litros.
TurkeyLegs
Ontem, quando vi que não tinha tempo de fazer os gnocci, pensei que talvez um pato de esparguete com chouriço e vegetais seria mais rápido. No frigorífico vi a carne de perú já cozinhada, e voilá!

Esparguete com perú e chouriço

Quantidade de esparguete integral para 2 pessoas
4 colheres de sopa de azeite
1 cebola grande, picada
4 dentes de alho grandes, picados
2 chávenas de carne de perú cozida, cortada em bocados pequenos
Um pedaço de couriço (cerca 13 cm), cortado em fatias fininhas
Sal e pimenta que baste

Cozinhe o esparguete conforme as instruções do pacote. Enquanto o esparguete cozinha, deite numa panela o azeite, junte as cebolas e alho picado e deixe esturgir lentamente por cerca de 12 minutos. As ceblas deverão estar bem transparentes e até a querer caramelizar um pouco. Junte o perú. Deixe umas fatias de chouriço para decoração, pique o restante e junte. Cozinhe em lume brando só o suficiente para aquecer as carnes. Depois do esparguete cozinhado, escorra e junte à mixturade perú.

Seu servi com feijão verde cozinhado a vapor, tomates aos quartos e folhas de endívia.

2005/05/15

Jardinagem

A neve já derreteu e os dias quentes estão a chegar. Para nós, chegou o tempo de nos dedicarmos aos jardins e quintais. O tempo quente aqui é curto e assim que nos vemos livres da neve é ver todos de luvas de jardinagem e todos os apetrechos devidos, mexendo na terra, semeando, cortando relva, enfim embelezando o mais que pudermos os nossos jardins.

JardimFrente

Podem ver aqui uma foto do jardim da frente e do quintal. O ano passado refiz a rampa da garagem e a entrada da casa. Embora não se note na foto, a contrução de ambas ficou mais alta de modo que tenho que aumentar a altura de terra do jardim para ficar ao mesmo nível.

2005Backyard

Vou tirar uma semana de férias e encomendar uma camioneta de terra preta de jardim. Vai ser um trabalhão.

2005/04/24

Torta de Laranja

Com um muito obrigada a Foodgoat e a Ladygoat por se oferecerem a coordenar esta versão mensal de Is-My-Blog-Burning e o tema desta vez é laranja, referindo-se não só ao fruto mas também à côr, o que nos dá um bocadinho mais de flexibilidade. Se o prato tiver uma tonalidade laranja, está dentro da regra.
TortaLaranja
Para a minha entrada escolhi esta receita de torta enrolada de laranja, que vi a minha mãe fazer muitas vezes. Na versão inglesa tenho um parágrafo completo a explicar as diferenças entre torta e tarte, mas aqui não é necessário o que torna ese preâmbulo muito mais pequeno.
A textura desta sobremesa é a de pudim e a torta não leva recheio. É necessário forrar o fundo da assadeira com papel vegetal para facilitar o desenformar. Antes de enrolar, este pudim tem cerca de 1 a 1.5 cm de altura e é muito frágil. Esta sobremesa é bastante doce e recomendo que seja servida acompanhada de natas pouco batidas ou sem açúcar ou com muito poucochinho.

Torta de Laranja

  • 250 gr. de açúcar
  • 6 ovos
  • 1colher de sopa de manteiga
  • 1 colher de sopa de vinho do Porto
  • Sumo de 2 laranjas (cerca de 1 chávena de sumo)

Misturar a manteiga com o açúcar, juntar os ovos um a um e o vinho do Porto. Por fim, adicionar o sumo das laranjas. A massa fica bastante líquida.

Vai a forno médio (180ºC) em forma rectangular de cerca de 30 cm. de comprimento bem untada, forrado o fundo com papel vegetal e untada de novo. Coze por cerca de 40 minutos, ou até que espetando a ponta da faca no centro do doce, esta saia limpa.

Tire a torta do forno e espere cerca de 5 minutes para esfriar um pouco. Passe a faca pelos lados para desprender da forma e desenforme para cima de um pano ou papel vegetal polvilhado de açúcar. Se o papel do fundo da forma estiver colado à massa da torta retire com cuidado e enrole a torta começando pelo lado mais pequeno.

Deixe arrefecer mais um pouco, retire o papel ou pano com que ajudou a enrolar e transfira a torta para o prato de servir.

Dá para 4 pessoas.

2005/04/22

Cake de Macau

Como prometido, aqui está a segunda das receitas da minha mãe, tendo a primeira sido publicada aqui. Esta receita é a entrada para a Sexta-feira das Goluseimas nº 7, coordenado desta vez por Derrick de An Obssession with Food. Foi tambem o Derrick que sugeriu o tema deste evento: melaço.CakeMacau
O melaço não é um ingrediente muito usado na cozinha portuguese e eu pensei que desta vez teria de recorrer a outra fonte para encontrar uma receita que pudesse apresentar. Para minha grande surpresa encontrei este "Cake de Macau". Só pelo nome tenho a impressão de que esta receita possivelmente é originária de Hong-Kong (Deus sabe que os ingleses adoram melaço e tem milhentas receitas com este ingrediente) e foi dada a alguém de Macau e por sua vez viajou até Moçambique com o título meio-inglês de Cake de Macau.
Achei interessante o uso de brandy e anisete (usei Napoleon Cortel e Marie Brizard Anisette Liqueur), mas infelizmente o sabor não sobressaiu no bolo depois de cozido. Penso que foi devido a ter usado o melaço mais forte (blackstrap molasses) que tem um gosto bastante intenso e não deixou sobressair os sabores mais subtis. Hei-de experimentar fazer de novo esta receita usando um tipo de melaço mais leve.
Mesmo assim, o bolo tem uma textura fina e é muito saboroso. A receita original não levava fermento em pó mas eu adicionei uma colher de chá. Tive medo de que o bolo ficasse pesadão sem ele.

Cake de Macau

  • 200 gr. de manteiga
  • 200 gr. de açúcar
  • 200 gr. de passas e frutas sortidas
  • 250 gr. de farinha
  • cálice de brandy
  • 1/2 cálice de licor de anis
  • 1/4 de chávena de melaço
  • 1 colher de chá de fermento (não faz parte da receita original)
  • 1/2 colher de chá de noz moscada ralada
  • 4 ovos

Bate-se a manteiga com o açúcar até o creme ficar branco. Juntam-se os ovos um a um, batendo sempre muito bem de cada vez. Em seguida junta-se o melaço, os vinhos e metade da farinha. Bate-se tudo muito bem. Misturam-se as frutas com a outra parte da farinha e junta-se tudo mexendo sempre para ligar bem.

Vai ao forno médio (180ºC) em forma de bolo inglês bem untada, por cerca de 40 minutos.
(A receita original continua assim: depois de arrefecido cobre-se com glace branco e enfeita-se a gosto).

2005/04/15

As receitas da minha mãe

Em Janeiro de 2004 a minha mãe faleceu vítima de cancro no pâncreas. Embora a minha mãe, segundo ela dizia, não gostasse de cozinhar, ela tinha dedo para a cozinha, habilidade decerto herdada da minha avó, uma cozinheira extraordinária. A mãe começava a preparar as refeições quase sempre com duas ou três horas de antecedência, para deixar "deixar a comida tomar sabor".
Um dia, quando era ainda muito jovem e casada à relativamente pouco tempo, uma amiga ofereceu-lhe um destes livros só com linhas, onde tinha escrito as primeiras três receitas. Possívelmente receitas que a minha mãe gostou e pediu. Na contra-capa, a minha mãe escreveu o nome dela e a data - 1957. Ao longo da sua vida, a minha mãe continuou a escrever aí as receitas que lhe despertavam interesse, de pratos possivelmente provados em reuniões de família, chás-canasta, ou aquelas festas tantas vezes feitas em África nos tempos d'antanho, em que todos participavam com pratos trazidos de casa.
Hoje, esse livro está comigo. Muitas dessas receitas a mãe fazia amiudadas vezes, outras nunca as vi fazer. As páginas do livro dão sinais de muito uso, com borradelas de massa de bolo limpas à pressa, melhoramentos introduzidos na receita original e comentários sobre o visual.
Cá deste lado da poça, embora o meu blog seja um híbrido de renovações, cozinha, e talvez algo mais que me dê na gana, eu faço parte do grupo dos bloguistas de cozinha. Estes têm bastantes eventos em que, para se participar, há que enviar numa certa data uma receita que tenha ou um certo ingrediente, ou uma certa maneira de fazer.
Decidi que vou utilizar as receitas deste livro nas minhas participações nestes eventos. Não só isto representa uma oportunidade para traduzir as receitas da minha mãe para inglês e torná-las acessíveis aos meus filhos e especialmente às minhas noras que não falam nêm lêm português, como também, ao apresentá-las neste blog em português, às minhas sobrinhas em Portugal que assim terão acesso às receitas da avó.
Bom apetite.

2005/04/01

Frango assado

A receita de hoje veio de um outro blog de uma canadiana que mora na província da Columbia Britânica. É formada pela Escola de Cozinheiros de Stratford no Ontário embora esteja neste momento a seguir outra carreira.
RoastChicken
Esta é uma simples receita de frango assado, mas é o tempero que usou no frango que me chamou a atenção e também o facto que, depois de feito, este "sal com ervas" se mantém no frigorífico por um mêz ou mais, sem se estragar.



  • 4 colheres de sopa bem cheias de rosmaninho fresco, picado
  • 4 colheres de sopa bem cheias de tomilho fresco, picado
  • 2 colheres de sopa bem cheias de mangericão, picado
  • 24 dentes de alho descascados
  • cerca de 1/2 kilo de sal grosso
Para preparar o tempero use apenas as folhinhas das ervas aromáticas e deite para processador de alimentos, se o tiver. Descasque os alhos e junte às ervas aromáticas. Triture a mistura de ervas e alho até estar bem picado mas sem ficar em papa. Num tigela grande misture bem os temperos e o sal. Deixe a mistura descansar destapado por 24 horas, mesmo na bancada da cozinha. Ao fim deste tempo, deite para um frasco de boca larga, tape bem e guarde no frigorífico. Este preparado não se estraga. O sal é um excelente conservante.
RosemaryRub
Utilize duas colheres de sopa deste preparado e esfregue bem por dentro e por fora do frango, que deve estar à temperatura ambiente. Ponha numa assadeira e, querendo, tempere com pimenta ralada.

Leve o frango assim preparado ao forno bem quente (200C) por cerca de 15 minutes. Baixe a temperatura do forno para (185C) e deixe o frango assar por cerca de 45 minutos a 1 hora, dependendo do tamanho do frango. No meio da cozedura pincele o frango com a gordura que se acumulou na assadeira.

Depois deste tempo retire o frango do forno e deixe repousar por 15 minutes antes de trinchar e servir.

2005/03/27

Feliz Páscoa ou argamassa até aos cabelos

Já estou mais que farta do trabalho de pôr a argamassa nas paredes. É um trabalho muito chato e a a argamassa necessita de um dia inteiro para secar convenientemente. Devido à falta de prática, eu demoro talvez o dobro ou o triplo do tempo que um profissional demoraria. O trabalho fica bem feito mas a casa está uma lixaria, há pó branco por todo o lado devido a ter que se lixar entre demãos e, ainda por cima, como a casa é pequena, não há sítio para pôr os móveis enquanto faço isto. De modo que o trabalho é uma gincana ao redor dos móveis, tentar não tropeçar nos fios eléctricos, ter cuidado de não partir o écran da televisão com o pé do escadote, etc., etc., etc..

Quem foi que me disse que fazer isto era interessante? É verdade que poupo o dinheiro que teria de pagar ao tal profissional mas quanto ao resto...que valente mentira!

2005/03/25

Renovações - o hall de entrada

Estamos na semana de Páscoa e nós, funcionários públicos aqui no Canadá não trabalhamos nem na Sexta-feira Santa nem na segunda-feira de Páscoa, o que nos dá um fim-de-semana de quatro dias seguidos. Nada mau...

Eu vou continuar as obras na casa e neste fim-de-semana longo vou dedicar-me ao hall de entrada.
2000EntryHall
Quando comprei a casa no ano 2000, o hall de entrada era uma área sem luz natural, com contraplacado envernizado nas duas paredes, a porta da frente num lado e uma entrada sem porta que dava para a sala de estar. No intuito de abrir um pouco mais a área, pensei em abrir completamente a entrada para a sala de estar e fazer uma abertura na parede que dava para a área da TV, o que me daria luz natural. Para tal comecei por tirar o contraplacado das paredes e descobri que uma das paredes tinha o revestimento exterior, o que quer dizer que antigamente a parte da casa que hoje é o hall de entrada estada no exterior da casa, fazendo possivelmente parte de uma varanda aberta.

2005EntryHall-1

Gostei imenso do detalhe da parede que vou conservar. O carpinteiro, a semana passada, fez a abertura do outro lado do hall e o Márito foi quem revestiu a estrutura de madeira com as placas de gesso para formar a parede.

2005EntryHall-3

O trabalho agora é aplicar várias camadas de gesso na junção das placas, deixar secar bem, lixar bem entre cada camada e depois da camada final. É este o trabalho que vou fazer durante o fim de semana. Podem ver a primeira demão na foto abaixo. O fim deste trabalho é disfarçar as junções das placas para dar a ilusão de que a parede é feita num bloco único.

2005-TVarea-1

Estou também a raspar a pintura da portade entrada, em preparação para o trabalho de pintura final. Neste caso estou a utilizar uma pistola de calor. É uma espécie de secador de potência elevada que que amolece a tinta velha e a faz empolar como uma bolha de água. Depois de empolado é fácil raspar a tinta que cai em lascas deixando ver a madeira por baixo. Depois é só lixar bem e pintar de novo. Nesta foto podem ver o trabalho começado. Depois de pintada a porta fica como nova.

2005-EntryHall-5

Espero completar este trabalho neste fim de semana. Esta foto foi tirada da sala de estar e como podem ver, a abertura foi alargada até ao tecto. A porta que dava para a sala de estar já não existe.

2005/03/21

A sexta-feira das goluseimas n.º 6

SHF6PudimFlan

A "Sexta-feira das guloseimas" é uma concurso, se é que lhe poderemos chamar isso, dos bloguistas de cozinhados. Uma vez por mês um dos bloguistas é coordinador e como tal é a essa pessoa que lhe compete escolher o tema para as confecções. As entradas terão de ser submetidas na sexta-feira marcada, nem antes nem depois, e o coordinador obriga-se a apresentar todas as entradas no seu blog, durante o fim de semana. Nesta sexta-feira que passou teve lugar a "Sexta-feira das Goluseimas" n.º 6 e o tema foi caramelo.

Eu resolvi entrar apresentado a receita de pudim flan da mãe que me saiu como mostra a foto. A entrada foi bem recebida e vários bloguistas estabelecidos fizeram o favor de deixar comentários no meu blog "Pumpkin Pie Bungalow".

De interesse para os familiares chegados, estou a pensar em, aos poucos, publicar neste blog as receitas da mãe, visto que fui eu que fiquei com os dois livros de receitas coleccionadas desde 1957. Portanto, sem mais demora, aí vai a receita.

Pudim flan feito na panela de pressão

1 copo de ovos (o meu copo levou 5 ovos inteiros)
1 copo de leite (eu usei natas a 10%)
1/2 copo de açúcar
caramelo feito com 3/4 chávena de açúcar + 2 colheres de sopa de água

Faça o caramelo directamente na forma, usando os 3/4 de chávena de açúcar e a água. A princípio o açúcar começa a fervilhar, seca um pouco, mas cedo começa a amarelecer e formar caramelo. Mexa bem nesta fase para ajudar a derreter o açúcar e fazer o caramelo.

SHF6HeatingSugar

Quando o caramelo atingir o ponto e a côr estiver como quer, incline e rode a forma para ajudar a cobrir os lados. Conforme o caramelo for esfriando vai-se agarrando mais aos lados da forma. Ponha de lado enquanto prepara o pudim.

SHF6Caramel

Para o pudim mixture com o batedor de varas, os ovos, açúcar e natas. Mexa bem para ficar bem mixturado. Deite o preparado para a forma e tape com a tampa. Se a forma não tiver tampa, estou convencida de que a tampa de uma outra panela faz o mesmo efeito.

Ponha a forma na panela de pressão e deite água até atingir cerca de 3 cm de altura. Feche herméticamente a panela de pressão e ponha o regulador. Leve ao lume a levantar fervura. Assim que a pressão fizer oscilar o regulador, baixe o fogo para médio e deixe cozinhar por 5 minutos. Apague o lume e deixe a pressão baixar sozinha.

SHF6ReadyToCook

Assim que a pressão cair, abra a panela, retire o pudim e deixe esfriar por completo. Depois de frio, desenforme para o prato de servir e ponha no frigorífico. Use um prato fundo para colher todo o caramelo liquefeito.

No fundo da forma fica sempre um bom bocado de caramelo sólido. Para o diluir, deite 3 a 4 colheres de sopa de água e ponha a forma em lume brando para derreter o caramelo. Deixe esfriar e junte ao pudim ou sirva à parte numa molheira.

Esta receita é uma das primeiras no livro da mãe. A mãe chama-lhe "Pudim de Leite" e a receita completa diz apenas:
"1 chávena d'ovos, a mesma de leite e meia de açucar. Vai ao forno em forma barrada de açucar queimado."

Foi quando esteve na África do Sul que a mãe aprendeu com uma amiga a utilizar a panela de pressão para fazer este pudim.

2005/03/16

Renovações

Neste fim de semana pedi aos amigos que viessem até minha casa para poderem dar uma opinião sobre as renovações planejadas para a casa de jantar (antiga cozinha). A porta de entrada para a antiga cozinha dava para um corredorzinho estreiro com a casa de banho em frente. A princípio pensei em fechar a area da porta e por umas estantes na nova parede (foto à esquerda)...quando se vive numa casa pequenina, todo o bocadinho ajuda.

2005-OldKitchenWall200503OldKitchenWallOut3

Quando o trabalho estava a meio eu fiquei com sérias duvidas. A casa diminuiu visivelmente. Além disso, o plano da arquitecta mandava tirar aquela parede... O carpinteiro voltava na segunda-feira seguinte para terminar o trabalho... daí o convite aos amigos.

Por maioria de votos... a parede foi desmantelada. A casa está cheia de pó e uma desarrumação das antigas, mas a sensação de espaço é gratificante (foto à direita).

2005/03/14

Blogger frustrante

A maior parte do dia de ontem foi passado numa luta com o software do Blogger. Infelizmente eles não explicam muito. Finalmente consegui pôr a foto do desenho da casa, feito pela arquitecta, na parte do perfile. Incluir a foto no perfile do Blogger não se traduz necessáriamente em ver a foto no site.

2005/03/12

O meu primeiro post

Neste primeiro post quero ver se os acentos, cedilhas, etc., em português saem correctos. Quando vejo o meu blog no meu computador a grafia está correcta. Por favor digam como está publicado o blog por aí.